A COBRA E A RÃ ( Aos 10 anos)
Como disse meu pai era
criador de porcos, que serviam parte pra alimentação e parte para venda reforçando
a renda familiar.
Certa manhã próximo ao meio
dia, fui levar lavagem aos porcos, nos chiqueiros que ficavam lá próximo a
horta. Está era uma de minhas tarefas, enquanto misturava o farelo, milho e
restos de comida para alimentar os porcos.
Fiquei arrepiado, quando
comecei a ouvir um grunhido desesperado como que um gemido miado, que vinha do
chiqueiro.
Apesar do susto fui devagarinho me aproximando, pra ver o que era pensei
que a leitoa estive deitada em cima de um leitãozinho.
Puxei um cepo de madeira e subi pra enxergar dentro do chiqueiro, qual
foi minha surpresa, a mais ou menos dois metros e meio do meu campo de visão.
em cima de um dos troncos que sustentavam o zinco que cobriam o
chiqueiro, estava uma cobra verde de uns 40 cm de cumprimento enrolada de boca
aberta, balançando - se lentamente.
A sua frente uns 50 cm no
mesmo tronco, uma rã inchada gemendo, ou gritando sei lá.
Pulava lentamente em direção a cobra contei uns 5 pulos e no sexto ela
estava sendo tragada pela cobra, ainda vi seus últimos movimentos desesperados
mas já estava sendo engolida inteira.
Eu suava frio, saí correndo num
impulso e voltei com minha funda empunhada, mas já era tarde apenas vi que a
cobra havia desaparecido.
Eu suava e tremia como uma vara verde, muito assustado, entrei na
cozinha e fui tomar água, meu pai que cozinhava junto ao fogão a lenha e me
perguntou:
- Que foi está se sentindo mal.
Eu não conseguia falar, ele me
ofereceu uma cadeira, e pegou água pra mim, mas tudo rodava ao meu redor acho
que desmaiei pois quando abri os olhos.
Meu pai empunha uma garrafa com
álcool junto ao meu nariz dizendo:
- Cheira mais um pouquinho, tossi e vomitei, isso eu lembro bem, foi um
grande susto.
Depois mais calmo contei o que tinha visto no chiqueiro.
- E dizia mas porque a rã não
fugiu, em vez disso pulou pra dentro da boca da cobra.
Então meu pai me explicou que era assim mesmo, as cobras hipnotizam as
rãs, e se alimentam com elas.
Meu pai era um matuto sem letras,
mas de uma calma que nem raios em dia de tempestade o perturbavam
Muitas vezes fiquei observando- o
discretamente, hoje eu sei que eu o admirava, ele foi um bom pai.
de meu livro doce infancia pela amazon.com.br
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