sexta-feira, 6 de maio de 2016


 A COBRA E A Rà            ( Aos 10 anos)   
     Como disse meu pai era criador de porcos, que serviam parte pra alimentação e parte para venda reforçando a renda familiar.
     Certa manhã próximo ao meio dia, fui levar lavagem aos porcos, nos chiqueiros que ficavam lá próximo a horta. Está era uma de minhas tarefas, enquanto misturava o farelo, milho e restos de comida para alimentar os porcos.
    Fiquei arrepiado, quando comecei a ouvir um grunhido desesperado como que um gemido miado, que vinha do chiqueiro.
Apesar do susto fui devagarinho me aproximando, pra ver o que era pensei que a leitoa estive deitada em cima de um leitãozinho.
Puxei um cepo de madeira e subi pra enxergar dentro do chiqueiro, qual foi minha surpresa, a mais ou menos dois metros e meio do meu campo de visão.
em cima de um dos troncos que sustentavam o zinco que cobriam o chiqueiro, estava uma cobra verde de uns 40 cm de cumprimento enrolada de boca aberta, balançando - se lentamente.
    A sua frente uns 50 cm no mesmo tronco, uma rã inchada gemendo, ou gritando sei lá.
Pulava lentamente em direção a cobra contei uns 5 pulos e no sexto ela estava sendo tragada pela cobra, ainda vi seus últimos movimentos desesperados mas já estava sendo engolida inteira.
   Eu suava frio, saí correndo num impulso e voltei com minha funda empunhada, mas já era tarde apenas vi que a cobra havia desaparecido.
Eu suava e tremia como uma vara verde, muito assustado, entrei na cozinha e fui tomar água, meu pai que cozinhava junto ao fogão a lenha e me perguntou:
 - Que foi está se sentindo mal.
 Eu não conseguia falar, ele me ofereceu uma cadeira, e pegou água pra mim, mas tudo rodava ao meu redor acho que desmaiei pois quando abri os olhos.
 Meu pai empunha uma garrafa com álcool junto ao meu nariz dizendo:
- Cheira mais um pouquinho, tossi e vomitei, isso eu lembro bem, foi um grande  susto.
Depois mais calmo contei o que tinha visto no chiqueiro.
 - E dizia mas porque a rã não fugiu, em vez disso pulou pra dentro da boca da cobra.
Então meu pai me explicou que era assim mesmo, as cobras hipnotizam as rãs, e se alimentam com elas.
 Meu pai era um matuto sem letras, mas de uma calma que nem raios em dia de tempestade o perturbavam
 Muitas vezes fiquei observando- o discretamente, hoje eu sei que eu o admirava, ele foi um bom pai.


de meu livro doce infancia pela amazon.com.br

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