NA TOCA DA FERA, A
caçada contínua.
Como as notícias de ataques no rincão dos Peres continuava e
rumores chegavam também do rincão dos Menezes.
Mário conversou com o prefeito e decidiram que deveriam
retomar a caçada a fera.
Mário volta a fazenda do Angico com seus 40 homens agora era
tudo ou nada.
Um caboclo velho da região chegou à tardinha, pedindo para
falar com o sargento.
Montava uma mula baia, magrela e velha que mostrava sinal de
cansaço, amarrou junto ao pé de um, sinamomo, tomou água.
E disse:
Sargento subi qui o Sinhõ
ta procurando o bicho brabo
da escuridão, acho que sei onde ele se escondi.
Mário pulou do Cepo de eucalipto, onde estava sentado
e disse:
- Cuiudo velho, palavra de Mário Cuiudo é lei, se tu me
mostra onde acho o bicho te dou um cavalo novo de presente.
- intão Vá com uns homens lá no meu ranchinho, eu moro lá
atrás do cerro do lagarto. (cerro monte ou montanha)
Dá um dia de
caminhada daqui pela estrada velha. (Um dia de caminhada 30 km).
No cerro uiva todas as noites um bicho, e num é raposa Sorro
(canídeo de pelo esfumaceado, meio cinza) nem lobo guará .
qui esses eu cunheço bem, é um bicho grande e forte já
vi passa correndo pelo campo perto do
meu ranchinho.
Mário imediatamente convocou 20 homens:
- Sairemos de manhã cedo, com nosso amigo velho
e dessa vez o bicho não escapa.
Deu um cavalo ao caboclo, para que pudesse acompanhar a caravana,
partiram ao romper do sol.
Chegaram ao rancho do caboclo Bastião, feito de torrão e
barro coberto de capim sapê e três peças.
Ao meio dia acamparam
sob o arvoredo, o lugar sem vizinhos nenhum, era silencioso.
Tinha muito mato nativo era um lugar bonito rústico, meio
selvagem.
Bastião informou:
- Lá em cima do cerro
bem na cabeça do lagarto, tem várias grutas e uma cacimbá di água que nunca
seca.
Quando eu era mais novo gostava de passar uns tempos lá em
cima e conheço bem, a gruta maior ao meio da para morar.
O bicho tá lá porque quando o vento sopra do sur, a
fedentina (mau cheiro) é grande, os uivos vem de lá.
Naquela tarde examinaram bem o terreno e a picada por onde
subiriam ao cerro.
Descansaram comeram pão com linguiça seca, e bem à tardinha
começaram subir, armados com tudo que podiam.
A noite caiu no cerro eles estavam a um quilometro das
grutas e lua estava tímida, mas dava para manter no campo de visão a gruta
maior.
Ali formaram um semi - círculo bloqueando a entrada da gruta
e esperavam pelo bicho da escuridão.
Um quilometro de distância era prudente manter para atirar
em tudo que se movesse.
Os uivos começaram por volta da meia noite, mas vinham lá de
baixo do cerro subindo do rabo do lagarto, em direção onde estavam.
O silêncio voltou a reinar, a lua agora estava iluminando
tudo, muito clara e resplandecente no céu.
Mário consultou o velho relógio de bolso era duas da manhã,
pensou:
- O bicho tá brincando com a gente.
Quatro horas os uivos recomeçaram e agora pareciam mais
perto.
Um animal grotesco ágil e vigoroso pulou por cima do local
onde Mário estava, cerro acima mais
parecia um cavalo xucro desembestado ladeira acima pulava alto.
Mário gritou:
- tai o bicho cuiudos vamos perseguir e bala nele.
e começaram a avançar atirando muito .
A fera desapareceu gruta a dentro uivando muito e o silêncio
voltou a reinar no cerro. Mário gritou:
- Cuiudos preparados o bicho já caçou e vem para toca
vamu tapa ele de bala, e não economizem
chumbo.
Estavam a uns 500 metros da gruta maior, Mário gritou:
- Cuiudos vamos esperar, mas de olho aberto, vai amanhecer
daqui a uma hora.
Ao amanhecer avançaram e estavam em frente a gruta, o mau
cheiro era grande e restos de ossos haviam por todo o lado.
Ao examinar melhor Mário achou muito sangue a entrada e
disse:
- Vamos entra na gruta não tem outro jeito.
Entraram com cuidado passo a passo, lanternas na mão
revólver em punho.
e acharam um homem
branco forte, cabeludo e barbado, bermuda Jens esfarrapada sentado encostado a
uma pedra Banhado de sangue agonizando.
Homens curiosos e com pavor arrepiante viram Mário se
aproximar do morimbundo que disse baixinho:
- Salvem meu filho,
salvem meu filho:
e morreu, estava ferido com vários tiros de espingarda
.
Tiraram o corpo para fora e examinaram melhor ao redor
encontraram na caverna menor roupas velhas e um cobertor.
Enrrolaram o corpo no cobertor e desceram para o rancho do
caboclo.
Contaram o acontecido e estavam se despedindo, quando o
caboclo chamou:
Barnabé meu neto,
vem dizer adeus aos cavaleiros.
Saiu de trás do
ranchinho de torrão um menino de uns doze anos branquelo e magrelo, muito
tímido mas com um sorriso largo.
Que disse:
- Adeus sargento Mário.
Subido na porteira olhando a poeira deixada pelos
cavalheiros.
O menino Barnabé
sorri triste, seu sorriso largo deixa amostra dentes perfeitos e caninos
pontiagudos ...!!!
Na cidade depois de contado as autoridades o ocorrido e
realizado investigação e esperado por 30 dias que alguém procurasse pelo corpo
de um homem desaparecido, como não apareceu ninguém procurando pelo defunto.
As autoridades competentes mantendo sigilo, mandaram Mário
fazer o sepultamento do homem fera como indigente.
Os dias se passaram tudo dentro da normalidade, e nunca mais
se ouviu falar de novos ataques.
Portando a dedução foi que apesar de um absurdo o indigente
enterrado era mesmo um lobisomem.
Quatro anos se
passaram e correu novamente a notícia de ataques estranhos aos rebanhos no
interior do munícipio de Rosário.
Diziam os fazendeiros da região que uma fera era responsável
pela morte e sumiço dos animais no campo, relatavam ouvirem uivos grotescos
ecoar pela noite.
O sargento Mário foi chamado pelo prefeito para uma conversa
e após foi designado para formar uma força tarefa e investigar de perto o que
estava acontecendo no rincão dos Peres.
Mário reuniu os homens que haviam ajudado na caçada ao
lobisomem a quatros anos atrás e os deixou em alerta para uma convocação, uma
vez que parece que uma nova fera aterroriza o interior.
A pergunta feita por todos era, será que temos um novo
lobisomem caçando por ai?
Uma tropa de quarenta homens, sob o comando do sargento
foram para o rincão dos Peres e rincão dos Menezes, acamparam próximo do cerro
do lagarto.
Onde corria o riacho das capivaras, água muito limpa potável
que podia ser consumida, mantimentos vinham dos fazendeiros que doavam,
cooperando para que o problema fosse resolvido, a caçada estava iniciando.
Mário lembrou do caboclo Bastião que o ajudará no passado e
com cinco homens foi até o rancho que era cerca de dois km de onde estavam.
Quando chegaram estranharam a porteira estava quebrada, o
casebre ao redor tomado pelo mato rasteiro, chamaram ninguém respondeu.
Entraram e na pequena cozinha e sala encontraram tudo
quebrado, como se houvesse acontecido uma luta ali, no último quarto
encontraram sob o tablado de uma velha cama, os restos mortais de uma pessoa
morta a mais de três anos.
Mário lamenta deve ser o pobre Bastião, mas ele se lembrou
do menino que deu adeus quando partiram e ficou na porteira, e disse a seus
homens:
- Vamos procurar pode haver mais um corpo por aí:
Então notaram que o
guarda roupas de madeira, tinha sido removido da parede e atrás dele havia um
alçapão aberto deixando amostra, a entrada de uma caverna.
Decidiram voltar ao acampamento e com mais homens, voltariam
para explorar essa caverna.
Que bem podia ser o
esconderijo da fera.
Quando iam saindo do casebre Mário tropeçou numa bolsa velha
que se rasgou e espalhou algumas pedras, ao olhar melhor as pedras pareciam
douradas, mostrou aos homens e todos concordaram que aquelas pedras as pareciam
ouro.
Como nenhum nunca tinham visto ouro bruto, colocaram numa
outra bolsa e guardaram dentro do fogão velho a lenha da cozinha.
Mário disse:
- Cuiudos vamos ficar quietos sobre essas pedras, pois se
for ouro primeiro tenho de informar as autoridades, agora no momento o negócio
é pegar o bicho papão e retornaram para o acampamento.
Mário relatou a tropa o que acharam no casebre de Bastião,
omitindo sobre as pedras douradas e avisou que no outro dia iriam explorar a
caverna, naquela noite se ouviu uivos nos montes e campo a fora, uivos que eles
pareciam conhecer, com certeza havia um novo animal a solta e parecia mais
furioso.
A CAVERNA.
Acamparam no rancho do bastião e uns dez homens com Mário a
frente entraram na caverna, por volta de dez horas da manhã, que era um
labirinto de corredores em alguns dos quais um homem podia andar em pé.
Com tochas acessas e lanternas andaram cerca de três km, e
se depararam com uma espécie de sala ampla devendo medir quatro de altura e dez
de diâmetro, onde havia um tipo de trono de pedra, e debaixo corria uma fonte
de água limpa.
Havia vários outros corredores e decidiram
seguir o que descia o
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