O COLECIONADOR
PSICOSE.
CARLOS AUGUSTO PRATESDE MENEZES
TODOS OS NOMES, LUGARES E PESSOAS AQUI CITADOS SÃO FICTICIAS
PRODUTO DA IMAGINAÇÃO DO AUTOR.
Direitos Reservados (reprodução proibida)
Jordão era funcionário público Estadual, formado em veterinária
aos 22 anos por trinta anos foi titular da secretaria agropecuária, onde chegou
a diretor chefe.
Portador de estrabismo moderado (vesgo) narigudo e magrela
vivia sozinho nunca - se casou ,tinha suas fantasias mas normalmente de amores
platônicos, sua timidez e feiura, segundo ele mesmo, afastava as mulheres.
Aposentado aos 52 anos mudou-se da capital para o interior
da cidade de São João do Sul, para morar na fazendinha de 10 hectares herança
da Vó materna, a 20 km da zona urbana.
A pequena cidade tinha apenas 10 mil habitantes a 200 km da
capital Porto Alegre, Rs.
Era pacata vivendo da pecuária, agricultura e comércio, com
apenas uma avenida principal cortada pela Br. 290.
Dr. Jordão passou a prestar serviços veterinários para os
moradores do município fazendo visita domiciliar, e mantinha seu consultório na
cidade onde atendia somente pela manhã, de segunda a quarta e tinha seu salário
da aposentaria de funcionário público estadual.
A casa de madeira muito antiga tinha um porão de pedra e
ficava na parte mais alta da propriedade na encosta de um desfiladeiro de 80
metros de altura, um lugar sossegado para se viver, com árvores frutíferas e
uma vista linda.
Conhecido e respeitado na região era conhecido como bom
samaritano , por atender mesmo os que não podiam pagar.
Jordão colecionava selos, moedas antigas e borboletas , ao
que se dedicava muito, em seu porão fez um atelier onde empalhava pequenos
animais.
Assim vivia bastante isolado, criava galinhas algumas
ovelhas e duas vacas de leite.
Um dia revirando um baú antigo , descobriu uma espécie de
diário do avô, onde contava de aventuras amores extraconjugais com garotas mais
novas ,que mantinha presas em uma gruta no despenhadeiro.
Ele achou tudo muito desumano, mas pensou porque não ter
alguém nesse porão com quem conversar, se aprofundou nas anotações do avô,
descobriu a gruta que era ligada ao porão da casa por um corredor cavado na
rocha com altura 1,50 e largura
suficiente para um pessoa abaixada passar.
Na gruta descobriu sepultura de três mulheres, e
inspirado pelos escritos do avô,
e conhecimentos de marcenaria preparou um quarto com banheiro no porão e
começou a procurar por uma moça, que iria cuidar ali ,com o mesmo carinho que dedicava a suas coleções
,principalmente as borboletas.
Jordão começou a observar as moças com as quais tinha
contato e assim foi amadurecendo o plano de sequestrar uma.
Um dia foi chamado ao passo da Anta , num sitio para
inseminar as vacas de leite, a uns 40 km da zona urbana ,e ali conheceu Nina
,moça de 16 anos ,ruiva olhos cor de mel cabelos longos e lisos, sorriso
iluminado e pensou:
- Será essa, tem que ser essa
Procurou saber da rotina da moça e da família e descobriu
que estudava a 15 km de casa e que ia de bicicleta todos os dias, até a casa de
uma tia , onde seguia com as primas.
Decidiu capturar Nina, nesses quinze km que fazia só.
Assim preparou a Van, com colchão, e tudo mais e na segunda
feira seguinte esperava em uma curva, quando Nina viu a Van conheceu que era do
veterinário, diminuiu a marcha e o cumprimentou:
- bom dia o senhor, precisa de ajuda?
- Bom dia, sim eu preciso de alguém que me ajude fazer a Van funcionar .
Ela prontamente
aproximou - se disposta ,que devo fazer?
Nesse momento Jordão a imobilizou e com um pano embebido no
formol a pôs pra dormir , amarrou e a
deitou no colchão cobrindo com muitas bugigangas para não ser descoberta.
Chegou em casa a levou para o quarto no porão.
Ela estava com calça jeans, camiseta de malha e tênis
Ele a olhou melhor era muito linda , mais parecia uma boneca
deixou a deitada na cama.
Enquanto preparava o almoço Jordão marcou no calendário, mês
setembro dia 12, segunda feira , nascimento.
As doze e trinta desceu com a marmitex pronta, frango empanado,
espaguete a carbonara, arroz e salada
maionese com batata e suco de laranjas, e deixou sobre a penteadeira.
Ela ainda dormia, ele deixou um bilhete coma por favor, você
deve se alimentar, não lhe farei mal, quero ser seu amigo.
Quando despertou abriu os olhos lentamente , viu que estava
numa espécie de porão, mas deitada numa cama o local era todo em tons de rosa,
sentou - se a beira da cama com certa dificuldade, a cabeça girava dolorida.
Sentiu cheiro gostoso de comida , estava com fome, pois
tomava café na casa da tia com as primas e aquele dia ,não chegou até lá.
Nina começou chorar ,gritar por socorro, em vão ,tudo era
silêncio.
O sol entrava tímido por uma pequena janela de vidro lá no
alto quase no teto, ela tentou olhar subida em uma cadeira, conseguiu ver
árvores e campos, concluiu estou ainda no meio rural.
Sentiu o estômago reclamar, decidiu comer, se surpreendeu
com a qualidade da comida, podia considerar um banquete se estivesse livre.
Fechou os olhos respirou fundo e leu novamente o bilhete,
voltou a chorar ,será meu Deus que estou sonhando? Que faço aqui fui raptada?
Pelo veterinário só pode ser isso, tentou lembrar mas só
conseguiu até onde tentou ajudar alguém na estrada.
Observou o quarto ,uma porta ao fundo dizia banheiro, um
roupeiro, uma prateleira com revistas e livros.
A beira da cama duas chinelas havainas, uma poltrona, e sob
a cama cobertores e lençóis e edredons bem dobrados, um roupão saída de banho,
pensou ! parece que estavam me esperando.
Abriu a gaveta da penteadeira e pegou papel e um lápis e
anotou em um cabeçalho prisioneira dia
01.
Novamente começou chorar bateu na porta pediu socorro, tudo
era silêncio.
Sentindo se tonta sentou –se e tirou os tênis ,se deitou
respirou fundo e fechou os olhos, pensando na família e na escola,
e assim adormeceu.
Por volta de cinco horas da tarde Jordão abriu a porta e
trouxe café ,ela sentia o cheiro, mas com medo não abriu os olhos ,fingiu estar
dormindo, ele olhou por um instante e saiu.
Passado uns 20 minutos Nina se levantou, viu a portinhola da
porta principal aberta e o corredor escuro, o cheiro de café gostoso mas não
tinha fome voltou a chorar baixinho.
Foi ao banheiro havia vaso sanitário uma pia, e um chuveiro,
pensou em casa só tinha latrina, mas era livre.
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