DOCE INFÂNCIA.
CARLOS AUGUSTO PRATES DE MENEZES
DIREITOS RESERVADOS (PROIBIDA REPRODUÇÃO)
INTRODUÇÃO:
Recordar nem sempre é ser saudosista.
Quando recordamos é sinal que tivemos bons e maus momentos na vida, ou
na pior das hipóteses tivemos uma vida.
Quando mergulho em minhas recordações percebo que realmente fui
abençoado por Deus e tenho uma história de vida.
Pobre no sentido monetário, porém
rica em experiências singulares, que são só minhas.
Mas que nesse momento gostaria de repartir com você leitor amigo desejando
que de alguma forma você descubra que, Sua história e sua vida tem importância
sim, e que suas recordações são um tesouro inigualável.
Lembre-se na vida podem tomar - te tudo menos
as experiências e
recordações essas são unicamente suas, são dádivas de Deus.
Carlos Augusto Prates de Menezes. (AUTOR)
União da Vitória 27/12/2015
PARANÁ.BRAZIL
SUMÁRIO:
01)- MEU PRIMEIRO DIA DE AULA.
02)- A COBRA E A RÃ .
03)- APRENDIZ DE COZINHEIRO.
04)- VISITANDO A CAPITAL .
05)- A VACA ATOLADA.
06)- MINHA CONVERSÃO.
07)- UM NOVO MEMBRO NA FAMILIA.
08)- NOITE DE HORROR
09)- O MASSACRE DA CABELEIRA.
10)- A HORA DO BANHO.
11)- COLHENDO PERAS.
12)- EU PLANTEI UMA ÁRVORE.
13)- ENFRENTANDO TOURO BRAVO
capitulo 01
MEU PRIMEIRO DIA DE AULA.
Hoje comecei a lembrar de coisas que já vivi e fiquei maravilhado com a
memória que Deus me deu.
Como coisas de 40 anos atrás são tão claras quando mexemos no baú do
tempo.
Sempre fui muito tímido, meu
primeiro dia aula na escola nossa Senhora do Rosário, ano 1975, (com 9 pra 10
anos de idade)
Foi um dia de tormento, pois minha professora Dona Alda Arigony tinha
fama de ser muito brava.
Lembro que eu muito quieto suava frio.
Mas finalmente soou o toque final e voltamos para casa.
Eu o Branco e o Juca, meus irmãos, acompanhados de alguns primos e
colegas vizinhos.
A caminhada em meio a
brincadeiras, faziam dos 2 km a percorrer um momento agradável e descontraído,
atravessando campos, cortando atalho por um caminho mais perto.
Nossa casa era um casebre misto
de madeira e paredes de tijolos sentados a barro.
Três quartos, sala e cozinha, sem forro e de chão batido, pátio grande
com árvores frutíferas, muita sombra, porém sem energia elétrica ou água
encanada.
A luz era de lampião a querosene ou velas, a água tinha de se buscar no
poço, que ficava a um km.
Havia uma escala entre Eu e eu meus dois irmãos, mas sempre havia
confusão porque um ou outro fazia corpo mole,
- Hoje não é meu dia.
e a mãe tinha que arbitrar, usando a vara kkk.
Lembro do dia em que a mãe conseguiu comprar o primeiro fogão a gás, as
comadres da vizinhança lotaram a casa pra conhecer o fogão novo tamanha a
raridade. kkkKKKK.
Era tardinha já escurecendo
quando umas seis, senhoras saíram de nossa casa e descendo uma ladeira ainda em
nosso pátio, passavam embaixo de um grande pé de cáqui.
A saída da porteira lá em cima estava
o Juca, empoleirado como de costume, deu salto e se deteve a frente das
senhoras, gritando aiieeeoooo, Tarzan.
Foi uma
gritaria só, as senhoras assustadas correram pra cerca mesmo, e lembro de ouvir
uma tia dizer só podia ser o nego macaco ( 0 Juca era moreno ,cabelos escuros
muito lisos e compridos).
Vou contar pra comadre dar uma
surra nele, pra não andar assustando as pessoas velhas.
Algumas perderam até o lenço da
cabeça no arrame farpado da cerca, tamanho o susto.
E tudo porque em nossa região se
contava muita história de assombração kkkk, .
Não precisa disser que o Juca ganhou a mata e só voltou pra dormir,
quando tudo estava calmo.
capítulo 02
A COBRA E A RÃ ( Aos 10 anos)
Como disse meu pai era
criador de porcos, que serviam parte pra alimentação e parte para venda reforçando
a renda familiar.
Certa manhã próximo ao meio
dia, fui levar lavagem aos porcos, nos chiqueiros que ficavam lá próximo a
horta. Está era uma de minhas tarefas, enquanto misturava o farelo, milho e
restos de comida para alimentar os porcos.
Fiquei arrepiado, quando
comecei a ouvir um grunhido desesperado como que um gemido miado, que vinha do
chiqueiro.
Apesar do susto fui devagarinho me aproximando, pra ver o que era pensei
que a leitoa estive deitada em cima de um leitãozinho.
Puxei um cepo de madeira e subi pra enxergar dentro do chiqueiro, qual
foi minha surpresa, a mais ou menos dois metros e meio do meu campo de visão.
em cima de um dos troncos que sustentavam o zinco que cobriam o
chiqueiro, estava uma cobra verde de uns 40 cm de cumprimento enrolada de boca
aberta, balançando - se lentamente.
A sua frente uns 50 cm no
mesmo tronco, uma rã inchada gemendo, ou gritando sei lá.
Pulava lentamente em direção a cobra contei uns 5 pulos e no sexto ela
estava sendo tragada pela cobra, ainda vi seus últimos movimentos desesperados
mas já estava sendo engolida inteira.
Eu suava frio, saí correndo num
impulso e voltei com minha funda empunhada, mas já era tarde apenas vi que a
cobra havia desaparecido.
Eu suava e tremia como uma vara verde, muito assustado, entrei na
cozinha e fui tomar água, meu pai que cozinhava junto ao fogão a lenha e me
perguntou:
- Que foi está se sentindo mal.
Eu não conseguia falar, ele me
ofereceu uma cadeira, e pegou água pra mim, mas tudo rodava ao meu redor acho
que desmaiei pois quando abri os olhos.
Meu pai empunha uma garrafa com
álcool junto ao meu nariz dizendo:
- Cheira mais um pouquinho, tossi e vomitei, isso eu lembro bem, grande foi o susto.
Depois mais calmo contei o que tinha visto no chiqueiro.
- E dizia mas porque a rã não
fugiu, em vez disso pulou pra dentro da boca da cobra.
Então meu pai me explicou que era assim mesmo, as cobras hipnotizam as
rãs, e se alimentam com elas.
Meu pai era um matuto sem letras,
mas de uma calma que nem raios em dia de tempestade o perturbavam
Muitas vezes fiquei observando- o
discretamente, hoje eu sei que eu o admirava, ele foi um bom pai.
capítulo 03
APRENDIZ DE COZINHEIRO..
Feijão aguado e bronca. ( 9 anos de idade)
Minha saudosa mãe, era cozinheira
de mão cheia, mas não tinha muita paciência pra ensinar.
Mas meu saudoso pai, que também era bom na cozinha, já havia me
ensinado, fazer bolo, arroz, carne macarrão, etc ...
Menos feijão, porque era uma panela grande e pesada e sempre dizia:
- Tu toma cuidado pra não se
queimar.
Mas num dia desses minha mãe me chamou na cozinha,
- Carlos Augusto vem cá.
Ela era a única pessoa que me chamava pelos dois nomes, normalmente eu
era só Augusto, corri pra atender e ela foi logo dizendo:
- Olha pus o feijão pra cozinhar,
mas vou ter de ir lá no teu irmão, ver a comadre Marica, com o nenê novo.
Vou demorar então presta atenção
quando ferver.
Tu pega a colher de pau, tira uns grãos e espreme se não estiver duro
está pronto pra temperar.
Daí pega outra panela põe, uma colher de banha, corta alho e cebola
deixa dar uma fritada, tira o caldo coloca o feijão a fritar.
O sal, uma colher rasa e prova, amassa um pouco e põe pra ferver até
engrossar o caldo, entendeu?
Respondi:
- Sim mãe.
Eu estava numa felicidade só pois
ia fazer o feijão nosso de cada dia. Fiquei em roda do fogão sentado num cepo
de eucalipto, ansioso cuidando tudo, o feijão ferveu, então peguei com alguns
guardanapos o panelão com certa dificuldade.
Levei pra porta da cozinha e despejei aquele caldo preto fora, pensei
comigo:
- Isso parece sujo vou fazer um
feijão mais clarinho. A mãe vai gostar, então no outro panelão puz banha, alho,
cebola, juntei o feijão e deixei fritar, e depois enchi de água. Pois o caldo
eu tinha posto fora.
Lá por uma hora da tarde, o povo
começa se juntar pro almoço, a mãe chegou e foi conferir o feijão.
O grito que deu eu escuto até
hoje.
- Carlos Augusto vem cá, logo a mão já estava na minha orelha olha aqui
me explica o que tu fez com esse feijão.
O que é essa aguaceira rala, onde pós o caldo?
Respondi,
- Pus fora estava muito preto.
Resultado ganhei uns sopapos de agradecimento e um belo sermão pelo meu
dedicado esforço de fazer um feijão mais clarinho. Mas enfim aprendi fazer
feijão.
Lembro que meu pai que ficava
mais tempo em casa conosco, quando ia me ensinar dizia:
- Ogusto como me chamava, é
errando que se aprende....
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